Hoje, por um instante pensei que seria difícil para mim deixar Belém. Pensei que o convívio com pessoas queridas seria o suficiente para me fazer sentir vontade de ficar mais um pouco, pois sempre me parece que quando estamos nos preparando para grandes partidas coisas muito boas começam a acontecer para testar nossa vontade real de mudança. Foi o que pensei hoje.
Mas logo me lembrei de porque não quero mais ficar aqui.
Não quero mais ficar na cidade da qual nunca gostei, que posso até ter aprendido a apreciar fatos, lugares, costumes, mas que o todo ainda me deixa desconfortável e insegura. Das pessoas queridas que conheci, e reencontrei, destas sim sentirei falta, e digo isso com a garganta engasgada pois é sempre dolorido separar-se de amigos, principalmente quando a probabilidade do reencontro nos parece longínqua.
Nesses caminhos compridos que percorro o que mais me comove sempre são os amigos. A paixão pela profissão guia minhas escolhas mais objetivas, mas as amizades são as que pesam no coração, pois família é algo para sempre, mas as amizades são conquistas que devemos cuidar bem para manter.
Volto em algumas semanas para uma cidade onde nunca morei, mas que de tanto ouvir dizer, até acredito que é de lá que venho.
Belo Horizonte, logo ali, em um cantinho tão aconchegante desse Brasil improvável de grande. Saio do clima tropical, onde apesar do calor a das chuvas constantes nunca fico doente e troco o camarão salgado pelo torresmo, o jambu pela couve, o tucunaré pelo lombinho de porco, o vatapá pelo angú. Preparo-me para a volta das duas grandes gripes anuais, uma no começo e outra no final do inverso que me deixa tão mal humorada, mas que parece aquecer em meio às paisagens dos pés de serra.
Desde o começo estive aqui de passagem e agora estou me despedindo. E o faço com o peito aquecido pela oportunidade e acolhida de tantos amigos queridos que sempre levarei com o maior carinhos em lembranças preciosas.
2 comentários:
Eu já falei que te amo, hoje?
Não precisa, não é...
Sei bem o que você sente, porque foi o que eu senti quando saí de Mariana. Não dá pra mascarar. A gente sabe que a saudade é uma reação química inadequada, como uma ressaca que não passa nem com o mais potente antiácido que existe.
Vem pra perto, pelo tempo que for necessário para você experimentar mais uma faceta do Incogniscível que você é.
E que comece o show!
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