domingo, abril 24, 2011

Leoninos X Cancerianos

Sou leão com ascendente em câncer e sempre tive uma relação curiosa e intensa com os caranguejos de minha vida. Segundo o “novo horóscopo” eu teria virado câncer, o que não me espantaria muito, mas a juba, impossível de negar, não me faria duvidar de uma ascendência em leão.
O fato é que a dupla leão e câncer sempre foi equilibrada no meu entender, tanto em mim quanto nos meus relacionamentos.
Eu, leão quieto apegado ao aconchego de casa pelo peso do meu caranguejo, que não dispenso jamais um elogio e não fujo nunca de um holofote, curiosamente tive como par nos relacionamentos mais marcantes, caranguejos, que me fizeram aprender a reconhecer de pronto e a lidar tranquilamente com as manhas, charmes irresistíveis e manias de um canceriano.
A questão é que “outro dia” (variação de tempo indefinida que pode abranger de algumas horas a mais de um ano) me vi às voltas com um leão irresistível (e não, infelizmente não estou falando do Eriberto Leão).
Interessante foi observar as nuances, pequenas sutilezas que reconheço por vezes em mim mesma que distinguem um leonino de um canceriano. Este com certeza deixa de lado reserva e timidez (sai da casca!) quando seguro de si e à vontade no ambiente, mas o leão tem uma aura de confiança que vem na frente, antes mesmo de ter certeza, ele apenas sabe que pode tomar conta e vai rugir se disserem que não.
Eu sei bem disso, leoninos sempre sabem, mesmo quando estamos errados, e dificilmente vamos admitir se realmente estivermos! É mais forte que nós!!
Mas bem, sem o objetivo de emburrar caranguejos ou pavonear nenhum leonino por aí, só queria mesmo era falar da freqüência com que me deparo com a tabelinha leão X câncer, que desconfio continuará por muito tempo ainda, pois não resisto ao charme cachorro sem dono de um canceriano, mas também descobri que me faz tremer as pernas um rugido audaz de um leão determinado.

Canceriano Sem Lar - Raulzito

quinta-feira, abril 07, 2011

14 dias

Durante quatorze dias abriu-se parêntesis e o que era verdadeiro se camuflou. Fecha parêntesis.

Óculos de terceira dimesão distorceram a regra oficial no espaço onde a verdade apenas permeava em pinceladas uma realidade de palpável fantasia. Os sentidos sempre atentos ora fraquejavam, ora dissimulavam emboscadas indiferentes.

Insanidades coniventes, cuidados infantis, êxtases extravagantes ou apenas deixar-se estar em desapego em um embate de leões.

Tudo real mas ilusório. Foi preciso quebrar os óculos antes que os olhos prazerosamente habituados não fossem mais capazes de enxergar além. Restaram apenas os retratos daquela realidade 3D, fotografados no reflexo dos espelhos e esculpidos na forma da poeira no vazio desocupado.

Indesejado mas providencial foi o despertador da realidade, que nos atira sempre aos berros, a quilômetros de distância para que possamos retornar com braçadas sufocantes ao ponto de partida com os olhos nus.